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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Mãe Stella de Oxóssi, Iya Odé Kayode

Ialorixá toma posse na Academia de Letras da Bahia

  • Mãe Stella é a 1ª líder de terreiro e a 1ª negra a entrar para a instituição



Mãe Stella ocupará a cadeira que tem como patrono Castro Alves -
Foto: Lucio Távora/Agência A Tarde

Mãe Stella ocupará a cadeira que tem como patrono Castro Alves -LUCIO TÁVORA/AGÊNCIA A TARDE

SALVADOR - Pela primeira vez, nos 96 anos da instituição, uma ialorixá tomou posse na Academia de Letras da Bahia. A protagonista deste marco histórico é Maria Stella de Azevedo Santos, de 88 anos, líder do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, um dos mais tradicionais terreiros do Brasil.
Mãe Stella é a primeira negra a conquistar vaga na academia e ocupará a cadeira 33, que tem como patrono um abolicionista: Castro Alves. E mais: o último ocupante da vaga foi o historiador Ubiratan Castro de Araújo, intelectual combativo na luta contra o racismo.
— Mãe Stella tem uma particularidade: não necessitou sair de sua literatura pessoal, da sua experiência de sacerdotisa para galgar essa posição. Ela não precisou de articulações literárias complexas e inadequadas para ganhar o título com que representa todos nós — diz o historiador e religioso do candomblé Jaime Sodré.
Com a chegada de mãe Stella, a ALB também abre as portas para a representante de uma religião que luta contra um preconceito histórico. Há 37 anos, os terreiros tinham que pedir à polícia para realizar seus ritos. Desde então reiteram suas ações em busca do respeito, para o qual mãe Stella contribuiu de forma particular.
Em 1983, ela esteve à frente da elaboração de um manifesto que conclamava os membros de candomblé a assumirem a sua religião e pedia o afastamento do sincretismo vinculado ao catolicismo. O presidente da ALB, Aramis Ribeiro Costa, diz que ela foi eleita por unanimidade.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/ialorixa-toma-posse-na-academia-de-letras-da-bahia-9943037#ixzz2emhxALZe 
 

Maria Stella de Azevedo Santos, conhecida como Mãe Stella de Oxóssi, Iya Odé Kayode, (Salvador, 2 de maio de 1925) é a quarta filha de Esmeraldo Antigno dos Santos e Thomázia de Azevedo Santos. Órfã em tenra idade, foi adotada pela irmã de sua mãe D. Archanja de Azevedo Fernandes, esposa do tabelião e proprietário de cartório José Carlos Fernandes.

É a Iyalorixá do Candomblé, religiões afro-brasileira. Mãe Stella foi iniciada por Mãe Senhora em 1939 e tomou posse como Iyalorixá do Ilê Axé Opó Afonjá por morte de Mãe Ondina de Oxalá. É a quinta sacerdotisa do Candomblé de São Gonçalo do Retiro, dirigindo o Opó Afonjá desde o dia 11 de junho de 1976.
Mãe Stella estudou no tradicional colégio baiano Nossa Senhora Auxiliadora, dirigido pela professora soteropolitana D. Anfrísia Santiago. É enfermeira aposentada (funcionária pública estadual) formada pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, com especialização em Saúde Pública. Exerceu a profissão por mais de trinta anos.
Notabilizou-se por ser a primeira iyalorixá de um terreiro tradicional a combater o sincretismo religioso com a Igreja Católica.
Em 1980 fundou o Museu Ohun Lailai: o primeiro de um terreiro de candomblé, auxiliada pela psicóloga Vera Felicidade de Almeida Campos, a Oni Kowê do Opô Afonjá. É a presidente emérita do Instituto Alaiandê Xirê, de quem fora a presidente fundadora.
Sacerdotisa de vanguarda é respeitada por suas idéias no longo do território nacional e muitos outros países. Tem proferido palestras e participado de seminários em diferentes partes do Brasil e do mundo.
Em 2001 ganhou o prêmio jornalístico Estadão na condição de fomentadora de cultura.

Em 2005, ao completar oitenta anos, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia. É detentora da comenda Maria Quitéria (Prefeitura do Salvador), Ordem do Cavaleiro (Governo da Bahia) e da comenda do Ministério da Cultura.

Ilê Axé Opó Afonjá, (Casa de Força Sustentada por Afonjá), Centro Cruz Santa do Axé do Opó Afonjá, fundada por Eugênia Ana dos Santos, em 1910.

* O Tombamento Terreiro Opo Afonjá relizado em 28 de julho de 2000, pelo IPHAN
* Endereço: Rua Direta de São Gonçalo do Retiro, 557, Cabula – Salvador, Bahia
* Livro Histórico: Inscrição:559. Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscrição:124 Nº Processo:1432-T-98

A história do Terreiro do Axé Opô Afonjá (outros Nomes: Terreiro de Candomblé do Axé Opô Afonjá; Ilê Axé Opô Afonjá) assim como a do Terreiro do Gantois, está intimamente vinculada ao Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho.

Este é o terreiro mais antigo de que se tem notícia e o que, segundo vários autores, serviu de modelo para todos os outros, de todas as nações. Um grupo dissidente do Terreiro da Casa Branca, comandado por Eugênia Anna dos Santos, fundou, em 1910, numa roça adquirida no bairro de São Gonçalo do Retiro, o Terreiro Kêtu do Axé Opô Afonjá.

O terreiro ocupa uma área de cerca de 39.000 m2. As edificações de uso religioso e habitacional do terreiro, ocupam cerca de 1/3 do total do terreno, em sua parte mais alta e plana, sendo o restante ocupado pela área de vegetação densa que constitui, nos dias de hoje, o único espaço verde das redondezas.
Filhas-de-santo do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá

Por força da topografia do terreno, as edificações do Axé Opô Afonjá se distribuem mais ou menos linearmente, aproveitando as áreas mais planas da cumeada, tornando, no acesso principal, um “terreiro” aberto em torno do qual se destacam os edifícios do barracão, do templo principal – contendo os santuários de Oxalá e de Iemanjá -, da Casa de Xangô e da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos.

A organização espacial do Axé Opô Afonjá mantém as caracteríticas básicas do modelo espacial típico do terreiro jejê-nagô. Esses mesmos elementos, são também encontrados nos terreiros da Casa Branca e do Gantois, apenas com uma diferença: no Axé Opô Afonjá o barracão é uma construção independente, ao passo que nos dois outros terreiros ele está incorporado ao templo principal.



Sacerdotisas
Nome – período que exerceu o cargo
* Mãe Aninha – 1909-1938
* Mãe Bada de Oxalá – 1939-1941
* Mãe Senhora – 1942-1967
* Mãe Ondina de Oxalá – 1969-1975
* Mãe Stella de Oxóssi – 1976

Fonte: Correio da Bahia , Wikipédia

Livros da Sacerdotisa:



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