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terça-feira, 15 de novembro de 2011



“Ensaio Sobre a Cegueira” e “A Caverna” continuam a ser os livros de José Saramago mais populares nos Estados Unidos e têm estado “continuamente a ser reeditados”, segundo a presidente da Fundação Saramago.

“José & Pilar”
De Lisboa, Pilar del Río trouxe o livro “José & Pilar”, a lançar em breve em Portugal pela editora Quetzal, com diálogos e entrevistas inéditas não incluídas no filme homónimo, realizado por Miguel Gonçalves Mendes, candidato português à nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro.

Para Pilar del Río, o filme tem um caminho “muito difícil” para os Óscares 2012, mas alcançar a nomeação e o troféu seria o “triunfo da qualidade e da beleza sobre a estratégia industrial”.

“Estamos a competir para o Óscar com uma indústria muito séria, muito rigorosa, multimilionária. E este é um filme feito por uns miúdos, sem mais apoio, sem indústria, sem ninguém por detrás. Se este filme ganhar o Óscar, será o triunfo da qualidade e da beleza sobre a estratégia industrial”, diz Pilar del Rio.

Com a presença do realizador Miguel Gonçalves Mendes, o evento “Emptiness, Silence” (“Vazio, Silêncio”) decorreu no domingo na galeria Sonnabend, onde foram mostradas fotografias de Rita Barros, que acompanhou o casal Saramago numa visita à cidade em 1996, e também da alemã Cândida Höfer sobre Portugal.

Já no final, Pilar del Río tomou a palavra para dizer que “o grande homem e intelectual Saramago” se enganou quando disse que “morrer é ter estado e já não estar”, pois ele “está cada vez mais vivo e é mais necessário”.

Pilar del Rio contou que quatro dias antes de morrer, quando já estava “um pouco ausente”, José Saramago disse a um grupo de amigos, reunido para festejar os 24 anos de união do casal, que a crise actual “não é económica, é moral, uma crise moral que vamos pagar economicamente”.

“Deu-nos a última lição, de olhar mais longe e ir mais além”, referiu a jornalista e tradutora da obra de Saramago.

Os cidadãos, disse, podem “fazer muito mais”, têm “muito poder” e a única questão é acreditarem em si mesmos.

“Saramago é um imprescindível. Está nos corações dos leitores, mas está também porque é necessário, porque precisamos de pensamento, porque, se continuamos a viver sem pensar, estamos a encaminhar-nos para o precipício e falta-nos pouco para cair”, adiantou.

A “Semana de Saramago” decorre num país que o escritor criticou duramente durante a administração Bush, e que hoje vive movimentos de protesto de indignados em vários pontos, o maior dos quais não muito longe do sítio onde decorreu a leitura de textos de domingo - Ocuppy Wall Street, na baixa de Nova Iorque.

Para Pilar, Saramago “já escreveu sobre o que está a acontecer agora no mundo, em Wall Street e noutros lugares”: “O livro chama-se ‘Ensaio sobre a lucidez’. Aí está tudo escrito”, disse à Lusa.

http://www.publico.pt/Cultura/caim-de-jose-saramago-com-grande-acolhimento-1519020

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