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terça-feira, 29 de novembro de 2011

NINA VEGETARIANA

 

Nívea Bona
É uma indignada
com as estruturas sociais.
Não entende porque
"as coisas sempre foram assim..."
Nutre, intensamente,
o projeto maquiavélico de mudar o mundo.
Custe o que custar.
Acadêmica de meia tigela,
jornalista apaixonada
pelos meandros da comunicação
e professora empolgada,
joga na dança o que sobra
de paixão das outras áreas.

http://divinascrueis.blogspot.com/

É uma vaca. Eu sei. Mas não consigo deixar de pensar que é um ser vivo. Fêmea. Mãe.
Estive no sítio dos meus pais esse fim de semana e acompanhamos uma vaca em trabalho de parto por horas, no pasto ao lado da casa. Fomos acompanhando meio de longe todas as etapas.
Quando o bezerro finalmente nasceu, no meio do pasto, debaixo de chuva fina, foi um alívio! É quase um milagre ver como a natureza age assim, sem tempo marcado e ainda assim, no momento certo. O bezerro era lindo, forte, saudável. De todos os filhotes, certamente somos dos mais frágeis...aquele bezerro acabara de nascer e já se esforçava pra ficar de pé e mamar. A mãe ajudando.
A minha alegria se foi ao saber que, porque ser macho, seria separado da mãe já no dia seguinte. Ela vai fornecer leite. Ele vai ser morto. Assim, sem dor nem amor. Só a constatação: é macho...vai pro corte. Sem tempo pra ser filhote, sem tempo pra ver o mundo por pelo menos 24 horas. Ela sem tempo pra ser mãe, sem tempo pra se recuperar.
Não, não é a natureza. É só o bicho homem sendo ele mesmo e usando os demais animais pra lhe servir.
É pouco, eu sei, mas eu não quero mais ser conivente. Parei de comer carne.
Nina Rosa

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