Índio Yanomami beijado por um beija-flor. “Foi um instante precioso. Tive muita ...sorte em estar com a máquina por perto. Neste dia eu e alguns repórteres da Alemanha conversávamos com os meninos da aldeia enquanto esperávamos o almoço. Perto de nós havia uma árvore cheia de beija-flores. Quando vi aquela cena simplesmente foquei e apertei o botão. Enquanto isso, os alemães saíram correndo para buscar a câmera e quando voltaram já era tarde demais.” Rosa Gauditano.
Rosa Gauditano
Há mais de dez anos fotografando índios, Rosa Gauditano conta que o interesse pelo assunto surgiu quando foi fazer a cobertura jornalística do Encontro de Altamira, no Pará. Desde então não parou mais de documentar o que chamamos genericamente de índios brasileiros, mas que na verdade são mais de duzentas etnias falando cerca de cento e setenta línguas diferentes.
Seu trabalho foge do folclórico ou do turístico, penetrando no dia-a-dia das tribos com uma intimidade facilmente mostrada nos olhares símpáticos e confiantes com que os modelos brindam suas lentes. As fotos de Rosa Gauditano transmitem um respeito e um orgulho que a realidade brasileira insiste em negar aos índios, seja através do paternalismo estatal ou da exploração econômica. O índio aqui retratado não é o ideal romântico dos autores nacionalistas nem o chamariz folclórico do turismo interno e externo. O que vemos são pessoas normais, com hábitos culturais diferentes, mas certamente tão humanos como nós. O rapaz kayapó leva seu macaquinho às costas com a mesma naturalidade que um menino urbano carregaria seu gameboy.
Como diz Rosa Gauditano: "As populações indígenas têm muito a ensinar sobre os segredos da vida e da natureza do Brasil. Para que isso efetivamente ocorra, será preciso apoiá-los em sua luta pela sobrevivência e manter o espírito aberto para aprender com eles." — com Silvy Bertoja Fernandes.
Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.
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