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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Baianidade – Aninha Franco 9/28/2004


Baianidade: Baiano é todo aquele que nasceu na Bahia, ou um mau cavaleiro, segundo Houaiss. Em São Paulo, baiano é qualquer nordestino, eleitor de Maluff, ignorante, incompetente e capaz de baianadas, coisas sem jeito, descumprimento de acordos. Aliás, em São Paulo baiano é palavrão.
Gregório de Mattos (1636/1695), primeiro poeta brasileiro, baiano, dizia que “de dois ff se compõe / esta cidade a meu ver / um furtar, outro foder”, versos sempre muito citados pelos baianos eruditos que discutem a “baianidade” atualmente. Luiz Vilhena, português que morou na Bahia muitos anos, autor de A Bahia do Século XVIII, obra essencial para o entendimento da Bahia do século XXI, culpou os portugueses pelos propalados defeitos da baianidade: “(...) Quem não vê que a inação dos brancos é a causa da preguiça dos negros? Por que não há de cavar no Brasil aquele que em Portugal só vivia da sua enxada? (...) Por que há de andar de corpo direito quem o trouxe sempre vergado pelo trabalho? (...) Por que há de ostentar de nobre quem sempre foi plebeu?”
Eu acho que o Adão da “baianidade” foi Caramuru. Naufragou no Rio Vermelho, o bairro mais charmosamente baiano da cidade da Baía, Salvador. Ninguém sabe, até hoje, sua nacionalidade ou “naturalidade” anterior. Nas brigas entre tupinambás e portugueses, ficou do lado dos tupinambás, sempre. Era extremamente sedutor e político, vide as histórias de duas de suas mulheres: Catarina Paraguaçu e Moema. E, segundo as más linguas históricas, era antropófago como qualquer baiano que se respeite.

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