“A Música de Bach em meus ouvidos buscava recriar a beleza de todas as eras, a fim de me proporcionar a sensação única de encontrar a permissividade de Deus, os motivos que o levam à manutenção do que é esteticamente clássico, do que é irrepreensivelmente belo, daquilo que o homem criou sob sua tutela, para exteriorizar nossa gratidão por tamanho Amor”.
Escrevi o trecho acima na última edição da Revista Wave, e qual não foi minha surpresa ao ler o belo texto do pianista Brad Mehldau sobre a proximidade entre a dita “música secular” e a sublime revelação divina, que, de certo modo, ampliaram e complementaram minhas percepções sobre o assuto. Mesmo que discorde de alguns de seus posicionamentos religiosos – sua concepção da Teologia Natural é facilmente rebatida, ainda que ele próprio demonstre desconforto em relação a qualquer definição imutável -, o longo depoimento de um músico tão talentoso quanto Mehldau é, além de irreprensivelmente poético, verdadeiramente exemplar, porque demonstra sua sincera vontade em explicitar questionamentos incômodos e desconfortáveis. Espiritualmente proveitoso como foi para mim, espero que também seja para o leitor.
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