Poema: Bruna Pestana Bezerra
E eis que ao eclodir o grito
Se ouve de longe um breve sussurro
Sussurro este que expressa a alma e
Transborda sem regras, rédeas ou imposições
Aquilo que existe de mais íntimo,
O ser, o escrever, o ser lido.
Representada por letras e frases
A alma come as vírgulas e pontos
Alterando os sentidos e deixando tudo ambíguo
Já que ela é colapso e expansão
De espírito livre e indomável.
Às vezes finge se curvar às regras
E apreciar aquilo que lhe é imposto
E admira a vida sem limitações
Até que se esbarra em injustiças e desigualdades
Então se ouve o grito, a não conformidade
E a vontade de mudar o mundo,
Sem deixar de apreciá-lo.
E assim se descreve esta seção
E também aquela que a escreve
Que vive intensamente, corre e clama
Sem perceber se alguém reclama
Não se acomoda, exige mudanças e brinca de roda.
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