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sábado, 4 de fevereiro de 2012

vida e obra do poeta Fernando Pessoa

Quando morreu, em 1935, aos 47 anos, Fernando Pessoa tinha apenas um livro de versos em português, "Mensagem" (1934), e alguns poemas espalhados pela imprensa. Foi o suficiente para ser saudado como o "grande poeta de Portugal".
Nas décadas seguintes, contudo, descobriu-se que isso era apenas uma ínfima parte da produção de Pessoa. Além de um conjunto de textos inéditos, veio à tona que os heterônimos iam muito além dos já conhecidos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Esse baú secreto ganha agora as páginas da "Fotobiografia de Fernando Pessoa", livro com texto do americano Richard Zenith, especialistas em Pessoa, e organizado pelo português Joaquim Vieira.
O poeta Fernando Pessoa aos 12 meses, aos 13 anos, na África do Sul, e adulto, em 1914
O poeta Fernando Pessoa aos 12 meses, aos 13 anos, na África do Sul, e adulto, em 1914
O livro reúne mais de 400 imagens, incluindo fotos raras do poeta, sua família e amigos, além de manuscritos, diários, documentos, cartas e recortes de jornais.
Vieira pesquisou em arquivos de Lisboa para encontrar fotos dos lugares nos quais o poeta morou e trabalhou.
Zenith fez o mesmo em Durban (África do Sul), onde Pessoa viveu dos sete aos 17 anos. "Nenhum dos edifícios em Durban onde ele morou ou estudou existe hoje. Não foi nada fácil desencavar as fotografias", conta Zenith.
Pessoa raramente se referia aos anos que passou em Durban, mas, para Zenith, é fundamental a influência dessa fase na obra do autor.
"A cultura e o ambiente de Durban, bastante europeu e mesmo anglo-saxônico, marcaram muito o rapaz. O sentido de humor de Pessoa é mais inglês do que português, por exemplo."
Para os fãs do poeta, são muitos os atrativos. O primeiro poema conhecido de Pessoa, escrito aos sete anos, aparece transcrito. A vocação precoce também se manifestava nos jornais que criou, como "O Palrador" (1903).
Da fase adulta é possível ler as cartas trocadas com Ofélia, seu único relacionamento amoroso conhecido, manuscritos de poemas famosos e mapas astrais que fez para ele mesmo, seus heterônimos e seus autores favoritos, como Shakespeare.
Outro fato curioso relatado pelo volume diz respeito à censura sofrida por Pessoa em 1935, durante o Estado Novo português, por conta de um texto em que criticava o projeto de lei que visava suprimir a maçonaria.
Uma circular dos Serviços de Censura à Imprensa, emitida em fevereiro daquele ano e reproduzida no livro, proibia referências ao artigo.

FOTOBIOGRAFIA DE FERNANDO PESSOA
AUTOR Richard Zenith

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