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segunda-feira, 5 de março de 2012

As mulheres e os sentidos na decoração

 

A vida de saltos altos - As mulheres e os sentidos na decoração
Como um todo, o nosso corpo é por si só a unidade e a totalidade, os nossos sentidos, cada um deles com a sua sensibilidade, orientam-nos no sentido de encontrar o equilíbrio e a harmonia. Talvez pela nossa maior proximidade com aquilo que os sentidos nos dão, nós, mulheres, encontramos na forma como decoramos os nossos espaços, um reflexo da nossa personalidade, daí que, dificilmente, nas nossas casas, eles consigam ter grande espaço para arrumar os "tarecos" que simplesmente achamos não se harmonizarem com o ambiente (mas há exceções à regra).
Dentro de casa, como refúgio que é, os nossos sentidos são estimulados de forma a encontrar a sintonia em cada uma das divisões da casa, e decerto já identificou, como cada um dos recantos estabelece uma, ou mais ligações, com os seus cinco sentidos, que, no caso específico das mulheres se diz haver um sexto.
Os sentidos na decoração

Comecemos pela visão, um dos sentidos mais estimulados, ou pelo menos aquele que nos dá uma apreensão direta do mundo envolvente. Na decoração este é evidente, desde o equilíbrio estabelecido pelas cores, pela disposição dos objectos decorativos, pelos recantos mais ou menos iluminados, que nos fazem escolher "aquele" canto da casa e não outro, para ler um livro, meditar, beber um refresco ou uma chávena de chá.
O olfato, talvez seja o segundo sentido que mais sensações nos transmite, é a vela aromática que arde e nos enebria com o seu cheiro, é o incenso que confere a paz de espírito, e a cozinha que nos enche de cheiros de iguarias, afinal quem não sente estes cheiros numa casa, num restaurante ou em qualquer loja, decerto não conseguirá ficar por muito tempo, já que este sentido dá alma aos espaços.
O tato, as texturas, o sentido que nos faz escolher umas almofadas de veludo no Inverno e umas cobertas de linho e ou algodão no Verão, que nos faz sentir o conforto de percorrer descalças num tapete ou carpete fofos e deslizar num soalho bem envernizado e/ou encerado. A frescura da seda, da organza, dos tecidos transparentes nos cortinados, e o conforto de um edredão de penas nas noites mais frias do Inverno.
Ouvir, ter a possibilidade de ouvir o próprio silêncio da fresca brisa que faz tocar os sininhos dos espanta-espíritos nas janelas, ou de ouvir aquela música calma na nossa loja de roupa e/ou de decoração favoritas, ou que nos faz pôr um som mais alto, num ritmo quente e dançar pelo salão liberto, mesmo que as janelas abertas possam fazer adivinhar uma grande festa.
Beber um vinho doce e um copo de água fresca, abrir aquela garrafa antiga e aproveitar o serão com os amigos a degustar pequenos churrascos, petiscos, mariscos, e sentir na garganta, além do sorriso, as temperaturas que fazem da nossa casa, ou do nosso lugar favorito, o local onde mais horas gostaríamos de passar, o gosto, por vezes tão agredido de fast-food, faz sem dúvida alguma parte de uns dos sentidos que mais prazer pode dar ao ser humano.
Se bem que dizem que o sexto sentido é obra das descendentes de Eva, pode dizer-se quase com toda a certeza que este não é mais que a conjugação de todos os outros, que num só se harmonizam, equilibram e mostram a quem tenha um pouco mais de sensibilidade, que uma casa, uma loja, um ambiente distinto, estão bem decorados... e em tudo o resto...as nossas impressões sobre os espaços e as pessoas que nos rodeiam.

Sofia Rijo (sapato nº 39) (www.expresso.pt)
9:00 Segunda feira, 5 de março de 2012


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/a-vida-de-saltos-altos=s24943#ixzz1oFKPmppZ

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